Mídias sociais e produção de subjetividades: subversões de pessoas não-binárias através do Twitter

Autores

  • Mariana Somavira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tainan Pauli Tomazetti Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Nísia Martins do Rosário Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.16921/chasqui.v0i138.3174

Palavras-chave:

subjetividade, singularização, sujeitos não-binários, subversão, Twitter

Resumo

Neste artigo investigam-se os processos de criação de subjetividade, singularização e subversão engendrados quando da utilização, por parte de pessoas autodeclaradas não-binárias, da hashtag #whatgenderqueerlookslike no Twitter. Através da articulação entre estudos sobre as mídias, estudos queer e teorizações de Deleuze e Guattari acerca da subjetividade, observa-se que houve uma apropriação empoderadora da rede social por parte dos sujeitos não-binários, que puderam manifestar através da internet seus engendramentos rizomáticos de subjetividade e singularização, bem como subversões, no âmbito da performatividade, que provocam tensionamentos nos padrões sociais definidores da relação linear entre sexo/gênero/desejo.

Biografia do Autor

Mariana Somavira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestranda em Comunicação e Informação na linha de pesquisa Cultura e Significação, pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Tainan Pauli Tomazetti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando em Comunicação e Informação, na linha de pesquisa Cultura e Significação, pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nísia Martins do Rosário, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no curso de Comunicação Social e no Programa de Pós Graduação em Comunicação e Informação.

Referências

Altmayer, C. (2016). Tropicuir: (Re)existências políticas nas ações performáticas de corpos transviados no Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós Graduação em Design, PUC-Rio, Rio de Janeiro.

Butler, J. (2003). Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Butler, J. (2016). Rethinking Vulnerability and Resistance. In: Butler, J., Gambetti, Z. & Sabsay, L. (ed). Vulnerability in Resistance. Durham and London: Duke University Press, 2016.

Deleuze, G. & Guattari F. (1995) Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. v. 1. São Paulo: Editora 34.

Ferreira Neto, J. L. (2015). Micropolítica em Mil Platôs: uma leitura. Psicologia USP, 26(3): 397-406

Foucault, M. (1993). A história da sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal.

Gonçalves, E. M. & Silva, M. (2014) A amplitude do diálogo nas redes sociais digitais: sentidos em construção. En Goulart, E. (Ed.). Mídias Sociais: uma contribuição de análise. Porto Alegre: Edipucrs.

Guattari, F. (1992). Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34.

Guattari, F & Rolnik, S. (1996). Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes.

Louro, G. (2004). Um Corpo Estranho: Ensaios Sobre Sexualidade e Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica.

Miranda, L. & Soares, L. (2009). Produzir subjetividades: o que significa? Estudos e Pesquisas em Psicologia. 2 (9), 408-424.

Miskolci, R. (2009). A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias 11(21), 150-182.

Parpinelli, R. & Fabiano, L. (2007). Considerações sobre a subjetividade e sua relação com o singular e com a saúde mental. En: XIV Encontro Nacional da Abrapso, 2007

Preciado, P. B. (2011). Multidões queer: notas para uma política dos “anormais”. Rev.Estudos Feministas, 19(1), 11-20

Recuero, R. (2009). Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina.

Recuero, R & Zago, G. (2010). “RT, por favor”: considerações sobre a difusão de informações no Twitter. Fronteiras – Estudos Midiáticos. 12(2), 69-81.

Silva, A. (2014). Currículo e diferença: cartografia de um corpo travesti. Tese (Doutorado) - Curso de Pós Graduação em Educação, UFPel, Pelotas.

Nicholson, L. (2000). Interpretando o Gênero. Estudos Feministas, 8(2), 1-33.

Scott, J. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, 2(20), 71-99

Haraway, D. (2004). “Gênero” para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, 22(1): 201-246.

Downloads

Publicado

2019-01-21

Como Citar

Somavira, M., Tomazetti, T. P., & Rosário, N. M. do. (2019). Mídias sociais e produção de subjetividades: subversões de pessoas não-binárias através do Twitter. Chasqui. Revista Latinoamericana De Comunicación, (138), 333–352. https://doi.org/10.16921/chasqui.v0i138.3174