Educomunicar para a transcendência: uma nova área de intervenção a partir do pensamento educomunicacional latino-americano

Educommunicating for transcendence: a new area of intervention based on Latin American educommunicational thinking

Educomunicando para la trascendencia: un nuevo espacio de intervención a partir del pensamiento educomunicacional latinoamericano

Marcia KOFFERMANN
Italia

Universidad de Huelva

https://orcid.org/0000-0003-1689-1509

marciak27@yahoo.com.br

Ismar DE OLIVEIRA SOARES
Brasil

USP- Universidade de São Paulo

Oricd: https://orcid.org/0000-0002-3547-4789
smarolive@yahoo.com

Ignacio AGUADED GOMEZ
España

Universidad de Huelva

Oricd: https://orcid.org/0000-0002-0229-1118
aguaded@uhu.es

Chasqui. Revista Latinoamericana de Comunicación

N.º 150, agosto - noviembre 2022 (Sección Monográfico, pp. 177-194)

ISSN 1390-1079 / e-ISSN 1390-924X

Ecuador: CIESPAL
Recibido: 01-06-2022 / Aprobado: 11-08-2022 / Publicado: 21-08-2022

 

Resumo

Resgatando a contribuição latino-americana para os estudos sobre a relação entre Educação e Comunicação dos quais resultou a identificação e consolidação da Educomunicação, enquanto novo campo do saber este artigo retoma as “Áreas de Intervenção”, como modalidades históricas de aplicação da prática educomunicativa, identificadas já nas primeiras pesquisas sobre o conceito (Soares, 1999), com o intuito de aprofundar a análise de uma nova área denominada de “Educação para a Transcendência”, identificada e implementada por educadores envolvidos em processos de formação integral como um espaço de ação voltado expressamente para a compreensão do ser humano enquanto ser relacional, aberto às diferentes formas de comunicação, em busca de sentido para o que faz, aprende e vivencia.

Palavras-chave: educomunicação, transcendência, áreas de intervenção da educomunicação, comunicação, educação.

Abstract

Rescuing the Latin American contribution to studies on the relationship between Education and Communication which resulted in the identification and consolidation of Educommunication, as a new field of knowledge this article resumes the “Areas of Intervention”, as historical modalities of application of the practice educommunicative, already identified in the first researches on the concept (Soares, 1999), in order to deepen the analysis of a new area called “Education for Transcendence”, identified and implemented by educators involved in integral formation processes as a space of action expressly aimed at understanding the human being as a relational being, open to different forms of communication, in search of meaning for what he does, learns and experiences.

Keywords: educommunication, transcendence, areas of intervention of educommunication, communication, education.

Resumen

Rescatando el aporte latinoamericano a los estudios sobre la relación entre Educación y Comunicación que resultó en la identificación y consolidación de la Educomunicación, como un nuevo campo de conocimiento, este artículo retoma las “áreas de Intervención”, como modalidades históricas de aplicación de la práctica. educomunicativa, ya identificada en las primeras investigaciones sobre el concepto (Soares, 1999), con el fin de profundizar en el análisis de un nuevo ámbito denominado “Educación para la Trascendencia”, identificado e implementado por educadores involucrados en procesos de formación integral como un espacio de acción expresamente dirigido a comprender al ser humano como un ser relacional, abierto a diferentes formas de comunicación, en busca de sentido para lo que hace, aprende y experimenta.

Palabras clave: educomunicación, transcendencia, áreas de intervención, comunicación, educación.

 

Introdução

Uma das grandes contribuições da América Latina, nos últimos sessenta anos, tem sido a sistematização do conceito da Educomunicação que, enquanto vertente teórica e prática, aproxima a Educação e a Comunicação numa perspectiva crítica e transformadora. O movimento gerado pela reflexão a partir dos estudos culturais, do desenvolvimento da teologia da libertação e da tomada de consciência da situação política, econômica, social e cultural da América Latina formaram o pano de fundo, a partir do qual inúmeros investigadores de diversas nações, passaram a questionar tanto o modelo educacional vigente, quanto as estruturas comunicacionais (Aguaded Gómez e Cabero Almenara, 1995; Campanella, 2013).

Nesse contexto, o pensamento educomunicativo se consolida, passando a ser reconhecido, nos inícios da década de 2020, por autores como Boaventura de Souza, como uma autêntica “Epistemologia do Sul” (Rosa, 2020), com presença garantida não apenas na América Latina, mas em outros continentes como a Europa e América do Norte (Soares, 2013; Perez e Pulido, 2014) e até mesmo na África (Rehder, 2014).

É preciso lembrar, por outro lado, que duas importantes revistas científicas, uma na Espanha (Comunicar, Universidade de Huelva) e outra no Brasil (Comunicação & Educação, da Universidade de São Paulo) são consideradas por seus respectivos promotores e leitores como veículos difusores do pensamento educomunicativo. São inúmeros os artigos voltados aos diferentes âmbitos da prática educomunicativa, especialmente os relacionados aos temas da educação midiática e informacional, da expressão comunicativa através da arte, bem como da gestão da comunicação nos espaços educativos.

Estes diferentes âmbitos de ação foram identificados no documento produzido pelo Núcleo de Comunicação e Educação, no final dos anos de 1990, como “Áreas de Intervenção” do campo da Educomunicação com o intuito de ilustrar, de forma concreta, como o novo paradigma vinha se operacionalizando nas práticas cotidianas (Soares, 1999). Nas décadas posteriores, num processo de estudo e aprofundamento contínuo, tais âmbitos de trabalho prático foram sendo ampliados, convertendo-se em objeto do VII Encontro Brasileiro de Educomunicação, em 2018 (AbpEducom, 2018).

É justamente a partir desta perspectiva de estudos agregadores, que o presente artigo analisa e discute uma área de intervenção voltada ao âmbito da “transcendência”. Proposto pelo Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (IFMA), nos inícios do ano 2000, como documenta o livro Educomunicação: desafio à Família Salesiana (Brasília: Cisbrasil-CIB, 2010). A mesma proposta foi acolhida e consolidada, a partir de 2014, pela RedEducom, uma organização estruturada por três parceiros estratégicos: o Conselho Episcopal da América Latina (CELAM), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Comunicação Católica (SIGNIS) e o próprio Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).

É importante lembrar, na presente Introdução, que a Educomunicação enquanto uma prática sistematizada pela racionalidade científica através de pesquisas acadêmicas ao trabalhar com dados empíricos detecta a importância de se considerar a subjetividade humana, reconhecendo a força propulsora dos sentimentos e crenças, enquanto elementos simbólicos que nos movem em direção a ideais coletivos que, para além da realidade dada, nos possibilita uma efetiva mobilização para superar obstáculos ao desenvolvimento do bem comum. No caso, justifica-se uma área de intervenção ocupada em analisar e promover os elementos que “transcendem” o cotidiano, dando sentido à vida de indivíduos e de coletividades. Falamos, aqui, numa perspectiva abrangente, de uma “Educação para a Transcendência”.

No caso específico da prática analisada no presente artigo, os parâmetros educomunicativos (dialogicidade, solidariedade, valorização das diferenças, empenho pela justiça e pela igualdade social, mediante o emprego de processos e linguagens da comunicação) são chamados para dar suporte a processos de formação inerentes a uma prática religiosa voltada a facilitar a partir da perspectiva libertária própria da teologia latino-americana a superação dos entraves ao desenvolvimento humano, impostos pela realidade histórica. Para esta realidade, o IFMA e a RedEducom propõem o que nomeiam, numa perspectiva específica, de “Educação para o Transcendente”.

1. Educomunicação: uma proposta de educação integral

Retomando a bibliografia sobre o surgimento e consolidação do conceito da Educomunicação, constamos, inicialmente, que foi no final da década de 60, que o modelo de educação bancária expressão cunhada por Paulo Freire passou a ser questionado, não apenas pelo fato de servir como instrumento de dominação, mas principalmente, por reduzir a educação a um modelo mecanicista, restrito à dimensão racional e desconsiderar toda a complexidade humana e sua multidimensionalidade.

Paralelo ao pensamento crítico relativo à educação, também foi fortemente questionado o modelo de comunicação de massa que, desconsiderando toda a riqueza e pluralidade das diferentes culturas, impunha uma visão de mundo uniforme em consonância com as perspectivas impostas pela cultura dominante. Mário Kaplún fala de uma “pedagogia da comunicação” que, ao invés de reproduzir acriticamente o modelo dos meios massivos hegemônicos, “busca uma ‘outra’ comunicação: participativa, problematizadora, personalizante, interpelante” (Kaplún, 1998, p. 8).

Essa perspectiva humanista da educação implica uma atitude amplamente dialógica que, conforme Paulo Freire, é o contrário de invadir, manipular, sloganizar (Freire, 1983, pág. 28). A atitude dialógica, permite a compreensão dos diversos saberes, sejam eles científicos, técnicos ou experienciais, numa postura problematizadora, que diante de “uma realidade concreta, procura compreendê-la, explicá-la e transformá-la” (Freire, 1983, p. 34).

Além de Paulo Freire e Mário Kaplún, muitos outros investigadores íbero-americanos se destacaram no estudo das relações entre comunicação e educação, especialmente na virada do milênio, como assinala Soares (2013) ao lembrar nomes como os de Jesús Martín-Barbero, Guilhermo Orozco, Pietro L. Castillo, José Ignácio Aguaded, Roberto Aparici, Jorge Huergo, entre outros. Embora exista uma ampla diversidade de realidades na região, as práticas pedagógicas e comunicacionais desenvolvidas em diferentes tempos e lugares, trazem em comum, a concepção transformadora da educação, como pode ser verificado no rol das produções veiculadas pelas já referidas revistas Comunicar e Comunicação & Educação.

Foi a partir destes diferentes pensadores que o Núcleo de Comunicação e Educação da USP (NCE) elaborou, em 1999, a clássica definição que garantiu a difusão e expansão do conceito pela América Latina, propondo que o termo Educomunicação passasse a designar

[...] o conjunto de ações multidisciplinares inerentes ao planejamento, execução e avaliação de processos voltados à criação e desenvolvimento em um dado contexto educacional de ecossistemas comunicativos abertos e dialógicos, favorecendo a aprendizagem colaborativa a partir do exercício da liberdade de expressão, por meio do acesso e inserção crítica e autônoma dos sujeitos e das suas comunidades na sociedade da comunicação, com vista à prática cidadã em todos os domínios da intervenção humana na realidade social.1 (Soares, 2009)

Apesar de, muitas vezes, a educação latino-americana ter sido desconsiderada e desvalorizada, no contexto internacional, autores como Pontual e Ireland (2006), ao falarem sobre a Educomunicação, constatam que “existem (neste continente) práticas que articulam o micro e o macro, o local e o global, que vinculam dimensões organizadoras, investigadoras, pedagógicas e comunicativas em um mesmo processo dinâmico integral e transdisciplinar”. Reconhecem, esses autores, a importante contribuição dos educadores da América Latina para o desenvolvimento de uma educação integral, que permite o crescimento da pessoa enquanto sujeito ativo e participativo.

O atual cenário mundial, certamente é um tanto diverso daquele no qual foram propostas as bases da Educomunicação. Passou-se de um mundo analógico para um mundo digital, de uma cultura de massa, para uma cultura midiática personalizada, porém não menos desafiadora. A sociedade marcada pela globalização, interatividade, acúmulo de informações, enormes diferenças culturais e sociais, mudança climática e crescimento populacional, pós-pandêmico e “infoxicado”, exige uma resposta educativa diferenciada e de acordo com as necessidades contemporâneas.

Diferentemente do que ocorre com os meios massivos de comunicação, as mídias digitais fazem parte da vida cotidiana da grande maioria da população, permitindo uma maior pluralidade discursiva, de modo que qualquer pessoa, hoje, não é mais apenas consumidor, mas também produtor de conteúdo. Isso não significa, porém, que as mídias tenham deixado de ser instrumentos de manipulação, pelo contrário, as redes sociais têm funcionado como amplificadores de pontos de vista mais radicais (Abuín-Vences, ٢٠٢٢), servindo como legitimadoras de discursos cada vez mais polarizados e revelando uma crescente tendência a práticas fundamentalistas.

Diante disso, organizações como o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora entenderam ser necessário colocar em circulação, em seu meio educativo, o conceito e a prática educomunicativa, como forma de promover os aspectos emocionais e sociais que dão sentido à vida, incluindo a esfera da espiritualidade. Em suma, tais organizações entenderam ser preciso pensar o ser humano como ser multidimensional. É o que propõe o novo paradigma através das suas áreas de intervenção, como comprovaram estudos realizados no início da década de 2010, como foi o caso da dissertação de mestrado de Antônia Pereira (ECA/USP, 2012) e o doutorado de Freytas Mollo (2013).

٢. Áreas de intervenção enquanto propostas de operacionalização da educomunicação

Para compreender o contexto que cerca a emergência do conceito da Educação para o Transcendente, retomamos a especificação original sobre as denominadas “Áreas de Intervenção” do campo da Educomunicação, recordando, inicialmente, que entre os anos de 1997 e 1999, o Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo dedicou-se a uma ampla pesquisa sobre a relação entre Comunicação e Educação, na América Latina.

Como resultado desta investigação, o coordenador do NCE/USP, Prof. Ismar de Oliveira Soares, publicou o artigo “Comunicação/Educação: a emergência de um novo campo e o perfil de seus profissionais” na revista Contato (1999), no qual foram apresentas cinco distintas modalidades de trabalho, com possiblidades de materializar, na prática cotidiana, o campo da Educomunicação, denominadas de “áreas de intervenção”, a saber:

A partir destes estudos iniciais, ao longo dos últimos 20 anos, outras “Áreas de Intervenção” foram sendo identificadas pelo NCE/USP, como as Áreas da

Por sua vez, o IFMA propôs duas novas Áreas:

É importante lembrar que, em complemento às Áreas de Intervenção, foram sendo identificados, pelo próprio NCE/USP, os locais onde a prática educomunicativa foi ganhando reconhecimento e densidade, chegando a dar sustentação a políticas públicas. São os denominados “Espaços de Intervenção”, tais como:

Pensar a Educomunicação, a partir das Áreas de Intervenção e de seus Espaços privilegiados de acolhida do conceito, possibilitou uma compreensão ampla e abrangente da interface entre Educação e Comunicação, impulsionando a sistematização e implantação de projetos sob diversos enfoques.

A partir daí esse artigo procura oferecer uma contribuição à relação das áreas já estabelecidas, levando à consideração dos pesquisadores e agentes promotores da Educomunicação o que a Rede Salesiana de Escolas na América Latina passou a designar como “Educação para o “Transcendente” ou para a “Transcendência”. Para tanto, primeiramente será apresentada uma justificativa, esclarecendo as razões que moveram os proponentes dessa nova área, seguida de uma reflexão sobre os elementos que a fundamentam.

3. Por que falar em educação em Educação para o Transcendente, hoje?

Retomando a explanação apresentada na Introdução do artigo, recordamos, inicialmente, que o que explica a adoção, pelo Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, da “Educação para o Transcendente” é, fundamentalmente, o esforço de construir um deliberado movimento de contraposição à modernidade racional que sob a justificativa de opor-se aos antigos modelos de educação estruturados predominantemente sob visões religiosas acabou por impor um modelo racionalista e instrumentalizador da educação.

De fato, o que os proponentes da nova área passam a questionar é um modelo de educação positivista que, ao se apresentar como uma postura de neutralidade científica, acaba por contrapor a Fé e a Razão, considerando-as como duas vias irreconciliáveis.

Nessa linha interpretativa, Winther-Jensen (2012) lembra, por exemplo, que com o movimento iluminista, a Fé foi reduzida à esfera do privado, enquanto a Razão passou a reger a esfera pública. Num movimento oposto, os defensores da Área da Educação para a Transcendência acreditam que, ao colocar a espiritualidade para fora da vida social, o projeto iluminista passou a limitar a liberdade de crença, no momento mesmo em que exigia o ocultamento de qualquer expressão religiosa pública.

Tracy (2012) contribui com a argumentação, acrescentando que quando se exclui a dimensão da fé e da religião da esfera pública, do debate e dos processos educativos, ao invés de se evitar a manipulação religiosa, acaba-se justamente abrindo espaço para a “consumerização” da expressão religiosa que passa a responder aos anseios individuais a partir de uma lógica de mercado.

Em consonância com os autores citados, os proponentes da Área de Educação para o Transcendente tomam como certo que é importante tomar consciência dos limites e debilidades de uma cosmovisão que parte de princípios religiosos, mas ao mesmo tempo, é preciso identificar quais são os limites e debilidades de uma cosmovisão baseada unicamente na razão ou nas leis de mercado. No caso, a Educomunicação propõe um diálogo sobre a busca de fundamentos para o convívio humano.

Outro aspecto importante que os apoiadores da ideia apontam para justificar a adoção de uma Educação para o Transcendente relaciona-se com a dificuldade das novas gerações em identificar motivos para viver, frente às tribulações que limitam seus desejos ou eliminam seus projetos. Referimo-nos, mais especificamente, ao aumento de suicídios entre os jovens. Segundo o Boletim Epidemiológico, emitido pelo Ministério da Saúde do Brasil, em setembro de 2021, entre os anos 2010 e 2019, identificou-se um aumento de 43% nos índices de atentados de jovens contra a própria vida, no país.

Confirmando a gravidade do tema, o relatório “Suicide Worldwide”, da OMS, de 2019, informa que o suicídio se converteu na terceira maior causa de mortes entre os jovens de 19 a 29 anos. Obviamente, este é um fenômeno complexo cujas causas não podem ser simplificadas ou minimizadas. Para autores como Carvalho & Deusdedit (2017) e Färber, et al. (2020), não pode ser excluída, entre os possíveis motivos, uma generalizada impotência em reagir frente às dificuldades a serem enfrentadas, motivada justamente pela inexistência de sentidos que justifiquem enfrentá-las, preservando, incondicionalmente, a própria existência.

No caso, o que os jovens necessitam é contar com a possibilidade de transcender a realidade imediata, em favor de causas que os façam querer viver. Para tanto, levanta-se a hipótese de que uma área de educação para a transcendência, pensada sob uma perspectiva educomunicativa, garantiria tempo e metodologia para as novas gerações superarem, colaborativamente, o pragmatismo individualista e que o sistema meritocrático lhes impõe.

4. As razões da “Educação para Transcendente”?

Para o IFMA, a tem sido associada historicamente, na América Latina, aos esforços das organizações sociais que estão a serviço da vida. Em consonância com esse princípio, o Instituto justifica sua proposta da criação de uma Área de “Educação para o Transcendente” que leve em conta a ampla carga semântica que circula em torno dos pontos de vistas da prática religiosa em seus vínculos com o político, o simbólico, o moral, o estético, o cívico e o normativo, em condições de agregar valor aos ambientes educativos, com clareza de disposições em favor da vida, dos direitos humanos e de uma relação harmoniosa com o meio ambiente (Alencar Menezes, 2016).

Em favor da proposta do IFMA, lembramos a colaboração de pensadores da atualidade. É o caso de Druckman, et al. (2021) que aponta para a relevância de se estudar as possíveis relações entre crenças religiosas e políticas de informação, tomando como objeto de análise justamente o uso político dos referenciais religiosos para dar sustentação a políticas de desinformação em massa. É o que se constatou em casos recentes, entre os quais a postura do ex-presidente norte-americano, Donald Trump, que partia de argumentos contra o mundo islâmico para reafirmar a América como “terra de cristãos” ou a postura da Igreja Ortodoxa Russa em defesa da guerra contra a Ucrânia, ocultando uma guerra fraticida entre denominações religiosas no interior do mundo ortodoxo (Reuters, 2022;The Economist, 2022; Vorobyov, 2022). Tais fatos, por si, demonstram a necessidade de se trazer para o espaço educativo os discursos religiosos, não apenas de um ponto de vista racional, científico, mas, principalmente, do ponto de vista humano, relacional e experiencial.

A ação de “sensibilizar” num confronto contra os “processos de dessensibilização” passa, pois, a ser uma meta privilegiada para a Educomunicação. É o que aponta Abuín-Vences, em recente artigo publicado pela revista Comunicar (2022), quando analisa como os discursos de ódio no mundo contemporâneo acabam produzindo o que pode ser denominado como “fenômeno da dessensibilização”. E explica: “Após a excitação fisiológica e afetiva inicial frente ao novo (a notícia negativa), os indivíduos aprendem a ignorar gradualmente essas mensagens, em si mesmas, para mergulhar num processo generalizado da ‘dessensibilização’ frente ao fenômeno humano” (ou a um processo de “desumanização”). Numa rota oposta, uma “educação para a transcendência” buscaria na perspectiva defendida pelo IFMA justamente o fortalecimento da sensibilização dos indivíduos, colaborando para que desenvolvam a capacidade de identificar elementos que levem a uma maior “humanização” das relações sociais.

Em conclusão, os proponentes da área da “Educação para a Transcendente”, no contexto do universo representado por uma rede de escolas dirigidas por uma confissão religiosa denominada Igreja Católica, acabaram por justificar uma “Educação para o Transcendente”, defendendo que a Educomunicação seja empregada para despertar as comunidades educativas para valores como a alteridade, a solidariedade, o sentido de humanidade e a misericórdia, perseguindo um modelo de sociedade onde cada pessoa e, ao mesmo tempo, toda a criação sejam respeitados em sua dignidade.

5. Elementos fundamentais para a consolidação de uma nova área de intervenção educomunicativa

Como informado na Introdução do artigo, foi em 2014 que teve início, na América Latina, o Projeto RedEducom, visando a articulação da Educomunicação no desenvolvimento integral e solidário de crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe, com o objetivo específico de

[...] articular os processos, as áreas de intervenção e os eixos transversais da Educomunicação no desenvolvimento integral e solidário de crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe, com ênfase no protagonismo da comunidade, de forma aberta ao diálogo crítico e construtivo, atuando nos novos cenários socioculturais e gerando ecossistemas comunicativos dinâmicos e democráticos a serviço do bem comum. (RedEducom, 2021)

A proposta adequava-se ao pensamento de Rosa Mollo Freytas, a primeira doutora peruana no âmbito da educomunicação, quando afirmava que:

Educar para o transcendente, dentro da teoria da educomunicação, significa oferecer a possibilidade de formação para uma vida integral, cujos valores, crenças, atitudes e competências cognitivas, sociais e comunicativas encontrarão realização, na medida em que participem como componente fundamental dos ecossistemas de educomunicação corporificados na história salvífica.2 (Freytas, 2015)

Ao optar pela nova área, a RedEducom contou, operacionalmente, com um promissor campo de aplicabilidade no universo representado pelo conjunto das escolas mantidas pela Igreja Católica na América Latina. No caso, a RedEducom expressava, de forma explícita, sua opção por trabalhar com os referencias que sustentam os fundamentos da educação adotados pelas três instituições que deram origem ao projeto. No entanto, numa perspectiva ecumênica, o projeto abriu-se também para atender instituições não confessionais e públicas interessadas em discutir a temática inerente à nova área de intervenção da Educomunicação.

A RedEducom parte do princípio de que:

Trata-se de acompanhar a experiência de busca e sentido com o ser superior que nos transcende e que é inerente à condição humana, de uma visão integral, que a leva à plena realização na dimensão imanente e transcendente. Educar na comunicação com o transcendente exige ter em mente em que consiste, ou seja, comunicar, compartilhar, favorecer procedimentos nos quais se processam as experiências e se gerem corretamente emoções, valores, sentimentos e convicções, bem como a capacidade de estabelecer redes de comunicação no cotidiano do processo educativo. (RedEducom, ٢٠٢٢)

Na verdade, a opção pela transcendência não é exclusividade do universo representado pelo cristianismo. É bem sabido que na maioria das religiões presentes nas mais diversas culturas, encontramos princípios éticos que estão relacionados à convivência fraterna, ao amor e à paz. É o que garante a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura:

Nas tradições judaica e cristã, amar ao próximo, atender às suas necessidades básicas, é visto como a verdadeira prova de fidelidade para com Deus. Na tradição islâmica, ocupar-se dos que sofrem necessidade é inerente à obrigação religiosa. No budismo, a relação da pessoa com seu ambiente se inspira na compaixão por todos os seres. Da mesma forma, um hindu, um sique ou qualquer pessoa que pratique uma religião tradicional baseará suas relações com o mundo nos ensinamentos de seu credo. Hoje em dia, muitas pessoas recorrem a fontes espirituais não inscritas em nenhuma religião em busca de uma inspiração ética que guie seus atos. (UNESCO, UNICEF, 2009, p. 15)

Segundo Delors, esse olhar mais amplo para o fenômeno religioso pode representar um esforço cultural na perspectiva do “Aprender a Conviver” (Delors, 1998). No entanto, é a própria UNESCO que adverte sobre os perigos manipulatórios do ressurgimento das manifestações religiosas após o ocultamento pós-renascentista:

No Ocidente, tem havido uma tendência, desde o Iluminismo, de subestimar o papel da religião na vida pública. Apesar disso, observa-se hoje uma visibilidade crescente das crenças e práticas religiosas ou espirituais no pensamento e na atividade política. Conflitos sociais e políticos, que às vezes usam a diferença religiosa como pretexto, estão crescendo, e a busca de sentido religioso está tomando novas formas, ou, em alguns lugares, expressando-se em tendências fundamentalistas.3 (UNESCO. Education Sector, 2006, p. 14)

Frente aos perigos anunciados pela UNESCO, a RedEducom considera a urgência de se dar condições para que as crianças, adolescentes e jovens desenvolvam a sensibilidade, a abertura e a criticidade frente à utilização do fenômeno religioso no contexto dos conflitos contemporâneos.

Deste modo, para a RedEducom, o desenvolvimento de uma área voltada para a educação para a transcendência representaria um caminho para o efetivo entendimento da natureza do convívio com o âmbito religioso, assim anunciado pela UNESCO:

A aprendizagem, como espaço para o pensamento crítico, é o que permitirá às crianças e aos adolescentes forjar e praticar uma relação positiva consigo mesmos, com os outros, com o meio ambiente e com aquilo que conhecemos como Deus, Realidade Última ou Presença Divina. [...] Isso, por sua vez, permitirá que as crianças e adolescentes formem alianças com os outros para construir um mundo baseado em valores e práticas que salvaguardem a dignidade humana e promovam a solidariedade, a responsabilidade individual e coletiva e a reconciliação. (UNESCO, 2006, p. 14)

Enfim, considerando que a Educomunicação trata da relação entre Comunicação e Educação, educar para uma relação saudável consigo, com o outro, com o meio e com o Transcendente é uma proposta de educação integral que certamente possibilitará a construção de uma sociedade mais humana e mais ética, onde todas as pessoas sejam respeitadas em suas individualidades e diversidade.

5.1. Pressupostos da experiência Salesiana de Educar para a Transcendência

É interessante fazermos uma análise sobre a experiência prática vivida nas instituições salesianas que defendem a área da Educação para a Transcendência. Desde a fundação dos Institutos Salesianos por Dom Bosco e Madre Mazzarello, no século XIX, a dimensão da educação à fé esteve sempre presente, sendo esta, um dos pilares do denominado “Sistema Preventivo”, método educativo utilizado nos ambientes salesianos.

De acordo com a visão salesiana, não basta realizar ações pontuais voltadas para prática religiosa, no sentido catequético ou doutrinal. É necessária a vivência de um itinerário de educação à fé, que se faça presente no cotidiano e em cada processo educativo, ou seja, a vivência de um ecossistema educomunicativo que se fortalece através das diversas ações propostas. Nas linhas Orientadoras da Missão Educativa das FMA, se ressalta que cada itinerário leve em consideração as opções de fundo que “pressupõem a centralidade da pessoa, a circularidade entre ação e reflexão, o cuidado da relação, a relevância pública, uma metodologia adequada” (LOME, n. 97).

Ainda segundo as Linhas Orientadoras da Missão Educativa das FMA, os itinerários propostos nos ambientes educativos se caracterizam por três elementos essenciais:

Na pedagogia Salesiana a meta é promover a integração entre fé e vida, levando-se em conta a formação integral da pessoa, permitindo a descoberta do projeto pessoal de vida que transcende o aqui e o agora e que permite a pessoa comprometer-se com a sociedade em que está inserida.

5.2. Experiências que transformam

Como foi visto anteriormente, a Educação para a Transcendência na prática salesiana é um elemento integrador que faz parte do cotidiano das escolas e obras sociais do IFMA. Ao longo das duas últimas décadas, as escolas salesianas de 95 países dos cinco continentes têm sido chamadas a refletir sobre os parâmetros da Educomunicação, integrando seus referenciais no planejamento da ação pedagógica. Tal política de expansão do conceito e de sua prática tem sido sustentada por orientações emanadas pelo Conselho Geral da Instituição, como comprovam os documentos: Linhas Orientadoras da Missão Educativa (2005, p. 25), GONG 4 –Educomunicação (2008), Atos do Capítulo Geral XXII (2008, p. 17), Atos do Capítulo Geral XXIII (2014, p. 50).

Essas orientações possibilitaram o surgimento de inúmeros projetos desenvolvidos nas comunidades educativas, de forma breve, foram selecionadas aqui três experiências vividas pelas instituições das Filhas de Maria Auxiliadora juntamente com os Salesianos de Dom Bosco, com os quais compõem a Rede Salesiana Brasil e que apresentam de forma prática esse viés de educação para a transcendência:

a. Fórum Salesiano pelo Pacto Educativo Global:

O Pacto Educativo Global é uma proposta Internacional, lançada pelo Papa Francisco em 2019, que tem como objetivo: construir uma aliança entre escola, família e a sociedade em prol do desenvolvimento integral da pessoa e da proteção da Casa Comum, ou seja, é uma proposta de transcender ao individualismo e fechamento para abrir-se ao encontro e ao diálogo com o outro.

A partir disso, no final de 2020, foi iniciado na Rede Salesiana Brasil de Escolas um movimento de reflexão e ação com os alunos de Educação Infantil ao Ensino Médio sobre o compromisso de cada criança, adolescente e jovem com a concretização do Pacto Educativo. De modo que, foram iniciadas diversas ações nas muitas comunidades educativas do território brasileiro, visando o protagonismo, o empreendedorismo e a vivência cidadã ativa e responsável.

Assim, no segundo semestre de 2020 e primeiro semestre de 2021, em plena pandemia, alunos e educadores envolveram-se na concretização de projetos voltados para as grandes problemáticas das comunidades em que estavam inseridos. Ou seja, o ambiente digital tornou-se um espaço de articulação, empoderamento social e prática da cidadania, voltado para o bem comum.

Como resultado do trabalho desenvolvido nas mais de cem escolas salesianas, foi realizado então, entre os dias 17 e 18 de junho de 2021, o I Fórum Salesiano pelo Pacto Educativo Global. Participaram do evento, realizado de forma online, mais de 1.500 pessoas, considerando estudantes de 7 a 17 anos, educadores e gestores. Durante o Fórum, os educadores e estudantes puderam socializar as experiências vividas em suas unidades educativas, apresentar os resultados alcançados e os processos desenvolvidos. Os estudantes, organizados por segmentos conforme a idade, puderam participar de momentos de discussão e reflexão, interagindo outros alunos de diferentes regiões do Brasil e escolheram as linhas a serem assumidas pelas próprias escolas. Durante todo o processo foi proposta uma perspectiva educomunicativa, inclusive sendo produzido um documento de estudo e aprofundamento para os educadores intitulado: “Educomunicação na perspectiva do Pacto Educativo Global” (Corazza, 2020).

b. Missão Jovem:

As experiências de Animação Missionária Salesiana acontecem em todo o mundo, envolvendo adolescentes, jovens e adultos de comunidades educativas. Grupos de entre 15 a 100 pessoas são formados e preparados para realizar um trabalho cultural em cidades diferentes, por um tempo de uma semana a 15 dias. Nas comunidades, os integrantes da Missão Jovem fazem a experiência de vida comum em grupo, colocando-se à disposição para realizar atividades planejadas com os habitantes do lugar, como visita às famílias; trabalho formativo de interesse para as crianças, adolescentes, jovens e as próprias famílias da comunidade; práticas recreativas com as crianças; celebrações religiosas. Nessas experiências, o contato direto com a realidade do povo transforma-se em oportunidade única para se pensar o sentido da própria vida e da responsabilidade social que cada um tem, enquanto cidadão (Rede Salesiana Brasil, 2020).

c. Projeto Identitá

O projeto Identitá começou como um projeto piloto no Sul do Brasil, em 2021, e é um itinerário proposto para crianças de 6 a 10 anos, tendo como objetivo possibilitar a sensibilização das crianças para os valores humanos e cristãos. Compõe-se de um conjunto de cinco livros, sendo um para cada série, um livro do educador, que são acompanhados por uma sequência de 38 vídeos e um kit de bonecos e de fantoches, que oportunizam um trabalho diferenciado, comunicando de diversas formas e através de variadas experiências os valores humanos e cristãos essenciais. Tendo como fundamento as narrativas bíblicas e a vida dos santos salesianos, o material atualiza essas histórias e provoca a criança a confrontar aquilo que vive, sente e faz, ajudando-a a crescer enquanto pessoa, que é parte de um grupo e que faz parte de uma sociedade específica.

Essas três experiências ilustram a aplicabilidade da prática educomunicativa nas escolas e obras sociais salesianas. Mais do que a proposição de conteúdos sobre diversas temáticas, esses itinerários proporcionam experiências de vida, que envolvem não apenas aspectos de fé, mas também a vivência de valores como solidariedade, alteridade, confiança, respeito, altruísmo, escuta e empatia. Numa linha educomunicativa, a escola salesiana procura comprometer-se com um projeto de sociedade, que se alicerça numa visão humanista, segundo a qual a vida é um valor essencial e critério de ação em qualquer instância ou situação.

6. Conclusão

A área de intervenção educomunicativa “Educar para a Transcendência” se apoia numa concepção de educação integral e se fundamenta numa perspectiva histórico crítica que reflete sobre as grandes problemáticas humanas e aponta para uma compreensão da dimensão educativa e comunicacional para além de um viés instrumental. É uma proposta que compreende o ser humano na sua totalidade, como ser relacional, que busca um sentido para a própria vida, à medida que se vê, enquanto sujeito de uma coletividade e em relação com o mundo. É certamente uma área que se abre e que exige mais pesquisas, mais estudos e reflexões, mas que precisa ser pensada e trazida para o diálogo acadêmico.

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1 Tradução própria do original.

2 Tradução própria do original.

3 Tradução própria do original.